ACOMPANHAMENTO VOCACIONAL | Irmãos do Sagrado Coração

O sol ainda não havia nascido quando Lucas saiu de casa com sua mochila nas costas e um coração inquieto.
Aos 17 anos, carregava perguntas que muitos nem ousavam fazer: Quem sou eu? Para onde estou indo? Qual é o sentido da minha vida?

Foi a convite do irmão Rafael, do colégio onde estudava, que decidiu participar de um encontro vocacional no final de semana. Não sabia exatamente o que esperar: talvez orações, talvez rodas de conversa... Mas no fundo, o que queria mesmo era encontrar um rumo, um lugar onde pudesse ser ele mesmo, com seus sonhos, dúvidas e fé.

Logo ao chegar, foi acolhido por outros jovens e pela Equipe Vocacional da Província. Eles explicaram que estavam ali para ajudar adolescentes e jovens a descobrir sua identidade de batizado e seu papel na comunidade da Igreja. Mais do que isso, queriam caminhar com eles, especialmente com os que sentissem o desejo de seguir Jesus mais de perto, como Irmão do Sagrado Coração.

Durante o final de semana, viveram experiências intensas. Houveram momentos fortes de oração, dinâmicas, gincanas vocacionais, e até uma vigília à noite que emocionou a todos. Lucas se surpreendeu com a leveza e profundidade do encontro. Ninguém forçava decisões. O que se via era um grupo que ouvia, acolhia e respeitava o tempo de cada um.

“Deus chama de muitas formas”, dizia Irmão Mateus, um dos acompanhantes. “Nosso papel é ajudar você a discernir esse chamado. Não estamos aqui para empurrar ninguém, mas para caminhar ao lado, escutar, orientar e rezar juntos.”

Ao longo dos meses seguintes, Lucas passou a participar de um grupo de vivência vocacional e visitar algumas comunidades religiosas. Descobriu que a vida religiosa não era “fuga do mundo”, mas sim compromisso concreto com o amor e o serviço. Ele conheceu jovens que, como ele, também estavam buscando.

O grupo rezava especialmente às sextas-feiras pelas vocações, e a cada encontro, Lucas se sentia mais em paz.
Com o tempo, começou a ser acompanhado de perto por um irmão da congregação, que conversava com ele sobre fé, escolhas, afetividade e comunidade.

Juntos, refletiam sobre critérios importantes para essa caminhada: a vida espiritual, a maturidade afetiva, a capacidade de diálogo, o desejo de seguir estudando e partilhar a vida com outros. O irmão também fez questão de conhecer sua família e explicar com carinho o que significava ser Irmão do Sagrado Coração.

Lucas entendeu que essa jornada não era só dele. Era de Deus com ele.
E também compreendeu que, mesmo que não fosse seu chamado final, aquela caminhada já estava mudando sua vida.

No último encontro do ano, todos os vocacionados participaram da celebração de profissão de votos de um novo irmão. A igreja estava cheia, o coral cantava, e o clima era de alegria e entrega. Lucas, com o coração tranquilo, olhou ao redor e pensou: