Texto Bíblico Norteador: Mt 19,13-15

“Então alguns trouxeram crianças a Jesus, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos os repreenderam. Jesus, porém, disse: ‘Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais, pois o Reino dos Céus pertence aos que se assemelham a elas’. E depois de lhes impor as mãos, partiu dali.”
 
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica em seu artigo 526, ‘“Tornar-se criança’ diante de Deus é a condição para entrar no Reino, e para isso, é preciso abaixar-se, tornar-se pequeno. Mais ainda: é preciso ‘nascer do Alto’, ‘nascer de Deus’ para se ‘tornar filho de Deus’”. Certamente temos esse nascimento garantido em nosso batismo. Um sacramento em que todos concordamos ser de grande importância, apesar de parecer não possuir o suficiente peso em nossas vidas. Pelo menos, não ao ponto de ser recordado e festejado, como o é a data de nosso aniversário natalício. Mas este é um tema para outro momento. Aqui estamos refletindo sobre o “A missão do Casal em relação aos filhos”.

Por mais pesado que esta afirmação pode nos parecer, os filhos envolvem um despojamento terrível de seus pais. Pelo menos, é o que pensam aqueles casais que, vivendo de forma egoísta sua vida matrimonial, mais do que impedir que suas crianças aproximem-se de Cristo, as impedem de virem ao mundo. E desculpas para tanto, parecem não faltar: “A vida é corrida, não temos tempo”, ou “Pode nos atrapalhar em nossa vida profissional”, ou ainda, “O mundo é violente demais. Não poderia cometer este erro de trazer ao mundo uma criança para sofrer”, e por aí se vai. O que se ignora aqui, é que para um filho, qualquer sacrifício vale a pena. Se assim não fosse, pobre seríamos nós. Pensemos, por exemplo, no alto preço que Cristo pagou em nosso resgate. Pensemos na humilhação de carregar uma pesada cruz, como um malfeitor, após sessões intermináveis de tortura e sabendo que ainda teria de encarar uma morte igualmente cruel, dolorosa e injusta. Como se fechar à paternidade e a maternidade quando sabendo do alto preço que Deus pagou por nós, seus filhos? E se Deus tivesse simplesmente nos abandonado? Ou ainda pior, nos abortado?

Mesmo que esta reflexão pareça distante da realidade de muitos casais, é importante que seja feito. Pois não são poucas as forças que vem atentando contra a família em nossa sociedade. E principalmente, ameaçando as nossas crianças. Seja pela negativa de sua concepção, ou pela interrupção de sua existência ainda no ventre de quem se esperava afeto, amor e proteção. Que possamos assumir o compromisso de permitir que todas as crianças se aproximem de Cristo Jesus, seja na conscientização dos casais fechados em si mesmos, ou na vigilância para não se permitir que se implante em nosso país a pena de morte aos inocentes por meio da descriminalização do aborto.